Oito dos 17 activistas angolanos vão apresentar queixa por agressão da polícia, ocorrida quando foram hoje impedidos de visitar um dos colegas na comarca de Viana, em Luanda. É caso para dizer, tendo em conta o que o embaixador itinerante disse ontem na RTP, parabéns Luvualu de Carvalho.
Em declarações à agência Lusa, Luaty Beirão referiu que o grupo se deslocou por volta das 10 horas à comarca de Viana, para visitar o activista Francisco Gomes Mapanda, conhecido por “Dago Nível”, mas até às 11 horas ainda não tinha começado a distribuição de senhas que dá acesso à visita, que terminava às 12 horas.
Nesse sentido, o grupo pediu para falar com o responsável, para saber a causa da demora.
“Disseram-nos que tínhamos que ir para a porta principal e um comandante da polícia disse-nos que tínhamos que ir embora, mas nós não gostamos desse tipo de conversas”, referiu Luaty Beirão, acrescentando que exigiram uma justificação.
Segundo Luaty Beirão, foram apresentadas três versões diferentes sobre as causas de não poder haver visitas hoje.
“Entraram e fecharam a porta e começámos a bater para ver se eles abriam, não só abriram como veio todo o tipo de força de intervenção a dizer-nos para sairmos dali”, explicou.
Luaty Beirão disse que o grupo foi agredido, salientando que “toda a gente sofreu, levou alguns pontapés e chapadas”.
“Eu apanhei umas três chapadas”, contou o activista, salientando que a polícia não se coibiu de os agredir.
De acordo com Luaty Beirão, durante a semana houve outros protestos e o desejo do grupo é que Dago Nível seja libertado, salientando que já foi cumprida metade da pena.
“Aquilo que ele fez no tribunal, o Nito também fez, e o Nito está solto. Dualidade de critérios? Fomos mostrar solidariedade, fomos ali em protesto nos primeiros dias, com cartazes, coisas muito simples, muito singelas, ainda assim os polícias acham que têm de nos tirar. Hoje era só para visitar, não era protesto nenhum”, frisou.
O grupo que foi levado pela Polícia para o comando de divisão de Viana, foi convidado depois de 40 minutos a deixar as instalações, segundo Luaty Beirão.
O activista disse que tentaram apresentar uma queixa contra os polícias agressores, mas foram aconselhados a fazê-lo na área de inspecção do Comando Geral da Polícia, para onde se deslocaram dois membros do grupo para abertura de um processo.
Dago Nível encontra-se a cumprir, desde Março, uma pena de oito meses de prisão por ter gritado em tribunal, durante o suposto julgamento do grupo de 17 activistas condenados por actos (nunca provados) preparatórios de rebelião e associação de malfeitores, que o mesmo era aquilo que todos sabemos que era – “uma palhaçada”.
Recorde-se que ontem, na RTP, Luvualu de Carvalho garantiu aq pés juntos que Angola não é um dos países mais corruptos do mundo, que não é um dos países com piores práticas democráticas, que não é um país com enormes assimetrias sociais, que não é um país com o maior índice de mortalidade infantil do mundo.
Passada a fase da NATO atacar Luando a pedido dos Revús e a antes da próxima descoberta do apoio do Estado Islâmico aos jovens activistas, Luvualu de Carvalho entende como mentiras grosseiras todas as acusações contra o regime esclavagista do seu patrono e patrão, venham elas donde vierem. A única verdade, não só absoluta como divina, é que sai do oráculo do MPLA sob superior coordenação de José Eduardo dos Santos.
E essa verdade absoluta diz-nos que o regime de sua majestade o rei José Eduardo dos Santos respeita os direitos humanos. Viu-se hoje, novamente.